Lego estuda meios para substituir o plástico em seus brinquedos

Meta da fabricante dinamarquesa de brinquedos é cortar quase todo o plástico de seus produtos até 2030

Cada vez mais as empresas estão preocupadas com o uso do plástico em seus produtos. E ao mesmo tempo, o consumidor também está atento a reduzir este material em seu dia a dia.

A porcentagem de companhias de outros segmentos, que vão além das de canudos, estão tentando se moldar à nova realidade.

Entre estas empresas encontra-se justamente a Lego, que desde 2012 tenta substituir o uso do plástico por material orgânico. Porém, a procura pelo método exato que consiga atingir o mesmo grau de satisfação é difícil de chegar.

Aposta em plantas

A empresa dinamarquesa, que foi fundada em 1932, aposta em uma solução à base de plantas. Outras tentativas já foram colocadas em prática para dar consistência ao produto. Entres eles, o uso de milho, considerado muito mole, e o trigo, que carregava o problema de não obter cores.

De acordo com uma reportagem do periódico americano The Wall Street Journal, até o momento já foram mais de 200 tipos de materiais combinados e nenhum deles chegou à mesma qualidade do plástico.

Meta

Até 2030, o objetivo é abolir quase inteiramente o uso do plástico na fabricação dos famosos tijolinhos de montar. Anualmente, são vendidas mais de 70 milhões de peças da Lego. No entanto, apenas 2% desses produtos são feitos com a utilização de plástico biodegradável, extraído das plantas.

85 anos da empresa

Em 2018, a companhia dinamarquesa completou 85 anos e lançou os primeiros brinquedos à base de bioplástico. Para se tornar ainda mais sustentável, a Lego está investindo na contratação de profissionais capazes de atingir o sucesso deste projeto. Estão sendo utilizados recursos no valor de 1 bilhão de coroas, algo em torno de R$ 583 milhões.

A empresa está presente em mais de 130 países e teve faturamento de US$ 5,5 bilhões e alta de 4% no ano passado. Segundo a própria companhia, houve um maior interesse de seus produtos no mercado chinês, um nicho de negócio ainda pouco explorado por ela.

A dificuldade da substituição comparada a ir à Lua

Ainda na matéria do The Wall Street Journal, Tim Guy Brooks, diretor de responsabilidade ambiental da Lego disse que trocar o plástico por outro material é quase como o homem ter pisado na Lua a primeira vez. Pois, quando isso foi divulgado à época, ainda não existia a tecnologia capaz de conseguir este feito.

Brooks também citou a empresa Beyond Meat que produz hambúrgueres sem carne, que era algo impensável dez anos atrás. Hoje, esta empresa fatura milhões com a ideia.

Enquanto a Lego não alcança a solução exata para substituir o plástico em seus produtos, ela já reduziu a utilização de embalagens em 18%.

Outras empresas também estão se comprometendo em diminuir este tipo de material em suas embalagens como a Coca-Cola e a Nestlé.

Questão ambiental

O plástico é produzido por meio do petróleo e é altamente poluente para o meio ambiente. Atualmente, mais de 800.000 toneladas do material são jogados nos oceanos.

Além disso, as embalagens que, na maioria das vezes, são inutilizadas após o primeiro uso correspondem a 40% do plástico utilizado em todo planeta. Sendo que apenas um quinto dele, mundialmente falando, é reciclado, de acordo com estatísticas da Universidade da Califórnia.

*Foto: Divulgação