Libra: afinal de contas o que é este ‘whitepaper’ do Facebook?

Muito já foi falado sobre a Libra do Facebook desde seu lançamento, em 18 de junho. Mas é preciso entender as reais diferenças de uma moeda própria criada pela rede social e o Bitcoin já presente no mercado financeiro.

Chamado de ‘whitepaper’ pelos especialistas do setor por se tratar de um documento, ao ser lançado chamou bastante atenção sob o ponto de vista de como ele pode impactar no preço do Bitcoin a longo prazo.

Alguns analistas do mercado creem que a moeda do fundador da rede social, Mark Zuckerberg, não passa apenas de uma espécie de paypal em que é citada a palavra “blockchain” como um chamariz. Já do lado oposto, outros especialistas acreditam que a Libra pode abrir caminho para a implantação de mais criptomoedas tradicionais.

Com essas informações em mente, a importância de saber distinguir exatamente a função da Libra e do Bitcoin é essencial no mercado financeiro.

Bitcoin não é igual a Libra

Enquanto que o Bitcoin é considerado uma rede descentralizada e focada em ser resistente à sua censura, a Libra é comandada por um grupo de grandes empresas. Porém estas corporações sofrem pressão regulamentar de diversos governos espalhados pelo mundo.

Já foi constatado desde seu lançamento, que o Facebbok terá de enfrentar a decisão de legisladores que são contra a implantação de sua moeda digital.

Prova disso é que, de acordo com o site Bloomberg, o ministro de finanças francês bruno Le Maire disse na época que não podia permitir que a Libra se tornasse uma moeda dominante. No mesmo período, um parlamentar alemão também disse que os reguladores deveriam prestar atenção sobre esta questão.

Já nos Estados Unidos, o impacto do ‘whitepaper’ foi maior, fazendo com a presidente da Câmara de Serviços Financeiros, Maxine Waters, solicitasse que a rede social suspendesse a operação da Libra por enquanto.

Além disso, em relação à política monetária, as duas moedas também se distinguem. No caso, a moeda do Facebook é amparada por um balaio de moedas dos governos, ao passo que o Bitcoin possui seus próprios meios de ofertas que não envolvem política e são predeterminados.

Resistências

Caso sofra mais resistências de reguladores, pode ser que a operação da Libra não vá adiante, de acordo com o vice-presidente de soluções digitais da Mastercard, John Lambert em entrevista à Reuters.

Por conta da moeda do Facebook possuir participantes que são facilmente identificáveis, estes podem se tornar alvo dos reguladores. Além disso, ainda correriam o risco de ter o projeto todo interrompido por estes órgãos.

Em função de ser alvo de regulamentos, surge a pergunta se realmente a Libra deveria ser considerada uma criptomoeda como o Bitcoin. Pois, para os gêmeos Winklevoss, é notório o desagrado do setor financeiro que quer a permanência de uma rede descentralizada como o Bitcoin consegue proporcionar. Além disso, esta moeda consegue se aliar a aplicativos de pagamentos em criptomoeda que já são estão regulamentados. Essa ligação ainda permite o uso do Altcoins também estabelecimentos como o supermercado Whole Foods e as lojas da rede Starbucks.

Reflexos do escândalo

Também não se pode deixar de mencionar os escândalos envolvendo o Facebook. Por ter sido alvo de que é uma empresa que invade a privacidade de seus usuários ao longo dos anos, ele não gera confiança como o Bitcoin, ao contrário, causa desconfiança. Portanto, ela é vista como antiética.

Análise

Em suma, a Libra do Facebook demonstra ser mais um sistema de financeiro que surge no mercado. Sua aparição não deve influenciar no preço do Bitcoin, pois esta criptomoeda já entendida como uma loja que não depende de política para sua operação e que seu valor é de transação médio.

Fontes: Forbes e Bloomberg

*Foto: Divulgação