Monitoramento de enchentes: Projeto é premiado por ‘significativo impacto social’

Monitoramento de enchentes: Projeto é premiado por ‘significativo impacto social’

Monitoramento de enchentes é desenvolvido com apoio da Fapesp, a partir de aplicativo para melhorar o fluxo de informações sobre inundações em áreas vulneráveis

Um projeto brasileiro, desenvolvido por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) mas com apoio da University of Glasgow (Escócia), que deu origem a um aplicativo para monitorar inundações em territórios vulneráveis, venceu o Celebrating Impact Prize na categoria ‘Outstanding Societal Impact’ (Excelente Impacto Social). A premiação é concedida anualmente pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social (ESRC, na sigla em inglês) do Reino Unido a projetos que tenham gerado significativo impacto social.

Monitoramento de enchentes

Segundo João de Albuquerque, pesquisador da University of Glasgow que liderou o projeto para o monitoramento de enchentes, ao lado de Maria Alexandra Cunha, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV. Esse prêmio é o mais importante do Reino Unido quando se trata de reconhecer pesquisas da área de ciências sociais com impacto social.

“O Celebrating Impact Prize se trata de um prêmio acadêmico avaliado por pares e é voltado a projetos que saíram do campo da produção de um conhecimento acadêmico para gerar impacto na vida da população”, disse Albuquerque à Assessoria de Imprensa da FGV.

Melhora do fluxo de informações

Intitulado “Dados à Prova D’Água”, o projeto busca melhorar o fluxo de informações relacionadas a inundações, especialmente em regiões vulneráveis a esse tipo de ocorrência.

De acordo com Cunha, essas informações costumam ser provenientes de agências governamentais ou centros especialistas. Essas fontes produzem dados que subsidiam, por exemplo, o envio de alertas para a população, que também conta com suas próprias informações baseadas no conhecimento do território que ocupa.

“Além disso, as pessoas de uma determinada comunidade também repassam umas às outras o conhecimento sobre o seu território, o que eventualmente pode ser útil para subsidiar políticas públicas. Mas todo esse fluxo de dados sobre inundações, com diferentes informações e oriundas das várias partes interessadas, acaba se quebrando, o que pode pôr em risco o bem-estar da população. Por isso, nosso projeto criou métodos para melhorar o fluxo dessas informações”, explicou a pesquisadora da FGV.

Aplicativo

O estudo teve apoio da Fapesp e resultou na criação de um aplicativo gratuito, disponível para qualquer comunidade, que permite às pessoas alimentarem uma plataforma com medidas das chuvas e do nível dos rios, além de informações sobre as consequências desses eventos no território.

Além disso, o app envia essas informações geradas pela população para um banco de dados, que também é alimentado pelas agências e centros especializados. Então, a partir daí é gerado um dashboard disponível à população, Defesa Civil ou a qualquer interessado.

Métodos

Cunha exalta os métodos que foram criados pelos pesquisadores para coproduzir conhecimentos com as pessoas dos territórios vulneráveis ou de centros especializados. O grupo adotou uma abordagem inspirada na pedagogia dialógica do educador Paulo Freire (1921-1997) e guiada por princípios de justiça climática e de justiça de dados.

Além de o aplicativo ser utilizado em escolas situadas em áreas de grande risco de inundação no Brasil, a metodologia do projeto foi incorporada pela Defesa Civil dos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Representantes do governo da Colômbia também entraram em contato com os pesquisadores no intuito de adaptar o aplicativo à realidade colombiana.

Conteúdo nas escolas

O projeto Dados à Prova D’Água criou uma disciplina eletiva para escolas do ensino médio localizadas em regiões com risco de inundação. Sendo assim, alunos e professores em sala de aula podem exercitar esse método de medição pluviométrica e ajudar a disseminar a ferramenta em seus territórios.

Atualmente, a plataforma já foi utilizada por mais de 200 escolas e mais de cem defesas civis, que mobilizaram em torno de 500 cientistas cidadãos.

YouTube

Por fim, o projeto criou também um canal no YouTube que armazena um conjunto de filmes sobre memórias de inundações, vídeos curtos que resgatam vivências das populações que enfrentam esses desastres, com foco em valorizar o conhecimento dos indivíduos sobre o fenômeno.

O Dados à Prova D’Água envolveu a participação de mais de 70 pesquisadores e membros de diferentes comunidades de maneira multidisciplinar, passando pelas ciências exatas como hidrologia, física e informática, até as ciências sociais e humanas, com pesquisadores das áreas de geografia, psicologia social, administração pública, estudos de mídia e artes.

*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/uma-pessoa-em-pe-observando-a-nuvem-abstrata-brilhante-gerada-pela-ia_41366755.htm#query=monitoramento%20de%20enchente&position=15&from_view=search&track=ais_ai_generate

Projetos sociais no Recife inicia capacitação

Projetos sociais no Recife inicia capacitação

Projetos sociais no Recife tem programa que contou com mais de 300 inscrições para edição de 2023

O Recife começou a capacitação de integrantes de projetos sociais por meio do Programa de Qualificação de Iniciativas Sociais (CAIS).

Em sua sétima edição, o programa de impacto social conta com a presença de 75 iniciativas. Além disso, pretende contribuir para a redução da desigualdade social através da profissionalização de iniciativas e negócios de impacto.

Projetos sociais no Recife

Vale destacar que o CAIS é um programa que visa prover mentoria, desenvolvimento, estruturação e aceleração de iniciativas de impacto social. Os projetos sociais no Recife foram lançados pela Rede Muda Mundo, através da Associação Incubadora Porto Social. As ações de impacto social serão desenvolvidas com orçamento de R$ 1 milhão da Prefeitura da capital pernambucana.

Aula inaugural

A aula inaugural do CAIS foi realizada na última segunda-feira (20), com a presença do prefeito do Recife João Campos (PSB) e representantes dos projetos selecionados. O evento foi realizado no Restaurante Moendo na Laje, no Bairro do Recife.

“A gente está vendo hoje a materialização de um sonho. Os selecionados estão tendo uma oportunidade única de ter uma trajetória de impacto social, de fazer parte de um edital, de um programa que é construído a muitas mãos”, afirmou João Campos durante o encontro.

Experiência de incubação

Já os representantes dos projetos selecionados passarão por uma experiência de incubação com seis meses de duração. Entre as atividades desenvolvidas estão workshops, palestras, oficinas, aulas e atividades que visem a qualificação e aprimoramento dos empreendimentos sociais.

A capacitação será realizada na Casa Zero, no Recife Antigo, de forma online. Neste ano, foram registrados mais de 300 projetos inscritos para participar do CAIS 2023. Entre os projetos aprovados está a Feirinha do Ipsep, promovida no bairro da Zona Sul do Recife.

Oportunidades imperdíveis

Por fim, segundo o sócio-fundador da Prol Educa, Pettrus Nascimento, o CAIS está oferecendo oportunidades imperdíveis. “Eu sou da favela da Mustardinha. No passado, eu ganhei uma bolsa de estudos que mudou a minha vida. Depois, eu criei a Prol Educa, uma startup pernambucana de inclusão por meio da educação. O Porto Social abriu as portas para mim, sou grato. E estou à disposição dos representantes dos projetos aprovados”, disse.

*Foto: Reprodução/

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Inclusão produtiva: Ambev direciona maior campanha do ano

Inclusão produtiva: Ambev direciona maior campanha do ano

Inclusão produtiva tem como promessa de campanha a de transformar a vida de 5 milhões de brasileiros até 2032

A maior campanha do ano da Ambev não é sobre bebidas. Neste caso, ela diz respeito à inclusão produtiva. Com criação da agência Africa Creative, o objetivo é comunicar a promessa de transformar a vida de 5 milhões de brasileiros até 2032.

Inclusão produtiva

Em um país de muitas desigualdades sociais, a empresa de bebidas busca usar seu alcance para algo além do consumo. Isso inclui: capacitação, conexões e empoderamento financeiro. Trata-se de uma iniciativa marcante dentro da era ESG e a ambição de um impacto social e que diz respeito ao papel das grandes empresas na sociedade.

O que mais você precisa saber

O Rosto da Campanha: Marcelo Arruda, fundador da diversidade.io, é o protagonista. Sua jornada de empreendedorismo é um exemplo do impacto da inclusão produtiva.

O Ecossistema: A campanha destaca como a rede de colaboradores e parceiros da Ambev pode ser um catalisador para o sucesso de novos empreendedores.

As vozes por trás da campanha

De acordo com Carlos Pignatari, Diretor de Impacto Social da Ambev:

“É desafiador colocar em palavras o significado da inclusão produtiva, mas o seu efeito é avassalador na vida das pessoas.”

Por fim, Marcelo Arruda ressalta que a campanha da Ambev é uma oportunidade de gerar ao empreendedorismo preto a condição de transformar a realidade de um ecossistema com mais de 14 milhões de empreendedores.

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Investimento em filantropia e impacto social: por que são diferentes?

Investimento em filantropia e impacto social: por que são diferentes?

Investimento em filantropia não espera algum retorno financeiro nas ações, o que já o diferencia de um impacto social

O investimento de impacto vem ganhando cada vez mais força nos últimos anos. Prova disso é que os ativos globais sob gestão ultrapassando US$ 1 trilhão de dólares, segundo levantamento mais recente do Global Impact Investing Network (GIIN). Tal movimento crescente chamou a atenção de investidores experientes e de recém-chegados, remodelando assim o cenário de investimentos como o conhecemos.

Investimento em filantropia

No entanto, grande parte da população ainda entende o investimento de impacto como um modo de investimento em filantropia. Entenda a seguir uma diferença significativa entre as duas categorias.

Filantropia é o uso de capital privado para benefício individual ou público. O conceito existe há séculos. Contudo, vale dizer que não é usado apenas para fazer o bem, mas também para influenciar construções sociais. E isso vai desde instituições religiosas que financiam escolas e hospitais desde o século 7 até famílias bilionárias que criam instituições para doar recursos a causas mais próximas de seus valores pessoais.

Sendo assim, os filantropos exercem poder diretamente sobre os beneficiários e indiretamente sobre uma série de organizações governamentais e não governamentais, incluindo setores privados e de caridade.

Investimento de impacto

Embora a filantropia tenha uma longa história, o investimento de impacto é um conceito mais novo que só ganhou força significativa nos últimos dez anos. Portanto, investimento com impacto são aqueles feitos com a intenção de gerar impacto social e/ou ambiental positivo e mensurável, juntamente com um retorno financeiro.

De acordo com Itali Collini, diretora da Potencia Ventures:

“Os investidores e consumidores estão, cada vez mais, se preocupando com seus valores e impactos na sociedade e por isso, os investimentos nessa modalidade são uma ótima opção para quem busca fazer uma mudança significativa na comunidade através dos negócios.”

ESG

Por outro lado, o conceito de investir sem gerar danos por meio das melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) tem sido amplamente discutido nos últimos anos. No entanto, muitas vezes é considerado sinônimo de investimento de impacto. Não é o caso, pois o investimento de impacto aprofunda mais do que o ESG, trazendo como diferenciais a intencionalidade – a empresa deve ter nascido para resolver um problema social, a mensuração de impacto – deve-se mapear e medir impacto socioambiental de curto, médio e longo prazo.

Além disso, hoje, a Potencia Ventures é um modelo de negócio sólido e inovador. O grupo de investimento voltado para negócios com impacto social, já conta com mais de 40 aplicações em empresas de capital de risco e, além disso, mais de 20 em startups de impacto em seu portfólio.

Sua estratégia combina expertise em venture capital e empreendedorismo social para identificar, executar e gerenciar o capital investido em fundos e startups com grande potencial de crescimento e impacto real na base da pirâmide, sobretudo no que se refere à educação e empregabilidade.

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Regresso do Bolsa Família: o maior impacto social em 100 dias de governo

Regresso do Bolsa Família

Regresso do Bolsa Família segue pagando benefícios, só que agora no valor R$ 600 por família e adicional de mais R$ 150 por criança de até 6 anos de idade

Considerado o maior programa de transferência de renda e de combate à fome da História do Brasil, o Bolsa Família foi repaginado e melhorado antes que o atual Governo Federal completasse 100 Dias de gestão. Mas, para isso, foi necessário efetuar uma análise profunda no Cadastro Único dos beneficiários dos programas sociais federais a fim de ampliar a proteção e impacto social das famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade.

Regresso do Bolsa Família

O regresso do Bolsa Família ocorreu no mês de março. Sendo assim, todas as famílias beneficiárias passaram a receber um benefício mínimo de R$ 600 mensais. No entanto, em alguns casos, esse valor pode ultrapassar até R$ 1.000 por mês, pois será pago benefício extra de R$ 150 mensais por criança de até 6 anos de idade vinculada a famílias beneficiárias. Além disso, também foi criado benefício extra de R$ 50 para cada integrante dos grupos familiares beneficiados que tenham entre 7 e 18 anos, ou gestantes. Contudo, esse benefício extra de R$ 50 começa a ser pago em junho de 2023.

Regras

A principal regra para ingressar no novo Bolsa Família, instituído este ano, é a família ter renda mensal abaixo de R$ 218 por pessoa. Ou seja, num exemplo hipotético, se uma família integrada por 2 adultos em idade de trabalhar mora na mesma casa com os 3 filhos e 1 idoso de mais de 65 anos e a soma da renda dos adultos for de 1 salário mínimo, a divisão desta renda (hipotética) por 6 pessoas dará R$ 217 mensais. Logo, esta família está elegível ao Bolsa Família e passará a receber no mínimo R$ 600 e mais R$ 150 por cada filho abaixo de 6 anos ou mais R$ 50 por filho entre 7 e 18 anos e caso algum dos integrantes desse núcleo familiar se encontre na condição de gestante.

Como ter acesso ao benefício

As famílias que tenham interesse em ingressar no Bolsa Família precisam estar obrigatoriamente inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal. As informações para esse ingresso podem ser obtidas nos postos de atendimento do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Para se manterem inscritas e com acesso aos benefícios do programa, as famílias precisam cumprir algumas condições:

  • As crianças de 4 a 17 anos das famílias inscritas têm de manter a frequência escolar em dia. Ou seja, nada de faltar à escola. Todas as crianças de até 6 anos de idade têm de manter o acompanhamento nutricional (medição de peso e altura em postos de saúde) em dia. Se houver uma gestante na família beneficiária, ela terá de fazer o acompanhamento pré-natal comprovado. As carteiras de vacinação, tanto das crianças quanto dos adultos, terão de estar em dia de acordo com o calendário público de vacinação estabelecido pelo Ministério da Saúde.
  • Duas das grandes inovações do novo Bolsa Família, aperfeiçoado em 2023, são a regra de proteção e o retorno garantido ao programa. Pela regra de proteção, se a família melhorar de vida e a renda do grupo crescer até o equivalente a meio salário per capita (ou seja, por cada pessoa da família), eles seguem integrando o Bolsa Família por até dois anos com redução de 50% dos benefícios. No retorno garantido, as famílias que se desligarem voluntariamente (por vontade própria) ou perderem renda, têm prioridade no retorno ao programa – desde que mantenham em dia suas informações no Cadastro Único.

*Foto: Reprodução/Flickr (Agência Senado)

BNDES sob Lula: mais impacto social, menos portos e rodovias

BNDES sob Lula

Com BNDES sob Lula, de acordo com Luciene Machado, que está à frente de área de estruturação de projetos, afirma que temas como mobilidade urbana serão prioridade

Recentemente, com as mudanças dentro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) após as eleições, incluindo a nomeação de Aloísio Mercadante como novo presidente, investidores passaram a questionar qual será a nova diretriz de atuação do banco de fomento. E isso principalmente no que tange a infraestrutura. Segundo a superintendente da área de estruturação de projetos, Luciene Machado, a instituição terá um novo olhar para esta divisão, prezando o impacto social.

BNDES sob Lula

Sendo assim, com o BNDES sob Lula, Luciene disse o seguinte ao portal Bloomberg Línea:

“O papel de estruturação de projetos vai continuar, mas com ênfase naqueles com maior impacto social, que reduzam a desigualdade, tanto regional como social.”

Ela disse ainda que a estruturação de projetos está alinhada com o mandato que o BNDES tem como banco de desenvolvimento e é complementar ao papel de financiador de longo prazo da infraestrutura.

Além disso, conforme a executiva, o banco de fomento vem atuando em um amplo conjunto de segmentos em infraestrutura. Isso inclui: rodovias, portos, aeroportos, e também frente imobiliária – na área de revistalização de espaços públicos e do patrimônio histórico.

Projetos de estruturação

Em agosto de 2019, de acordo com dados do BNDES, ele saiu de 22 projetos de estruturação em carteira, para mais de 190 em 2022. Isso resultou em uma estimativa de R$ 450 bilhões de capital mobilizado. Entre janeiro de 2019 e novembro de 2022, foram quase 40 leilões realizados.

E um dos projetos mais emblemáticos estruturados pelo BNDES nos últimos quatro anos foi o da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Esta é primeira privatização de autoridade portuária do País. O leilão foi promovido em março de 2022 e que teve como vencedora a gestora Quadra Capital por meio de um FIP (Fundo de Investimento em Participações).

Contudo, vale lembrar que até o ano passado, a promessa do banco era promover outros leilões de autoridade portuária. E isso incluía o Santos Port Authority (SPA ou Porto de Santos), São Sebastião (SP) e Itajaí (SC). Entretanto, para o novo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, vem se manifestando de forma contrária à privatização desses ativos.

Em contrapartida, o banco de fomento vinha estruturando projetos em outros setores, como rodovias. Neste caso, um dos mais esperados era o pacote do Paraná, com estimativa de investimento total de R$ 45 bilhões nos seis lotes de estradas envolvidos.

Por outro lado, o foco agora da área de estruturação de projetos do banco deve ser diferente, afirma Machado.

“Temos uma atuação que se diversificou muito, mas eu diria que o foco na infraestrutura social e de melhoria da qualidade de vida talvez seja o mais relevante no momento.”

Em compensão, setores como saúde, educação, mobilidade urbana e saneamento emergem como prioridades para divisão do BNDES.

“É uma atuação que o banco quer ter escala e que está alinhada com as políticas públicas. É um tema muito caro ao BNDES.”

Para Luciene, o saneamento é o exemplo mais claro na agenda do banco de como um setor pode promover a redução da desigualdade. E que o BNDES está engajado totalmente nesta agenda de formular projetos de infraestrutura que tenham esse impacto.

Mobilidade urbana

Por fim, a especialista que disse que o banco de fomento está desenvolvendo com a cidade do Rio de Janeiro um projeto de conversão do modal sobre rodas para trilhos erm dois corredores de ônibus relevantes para o município: TransOeste e TransOlímpica.

Por fim, ela ressaltou que há outros projetos de mobilidade sendo desenvolvidos nos estados do Paraná e de São Paulo.

*Foto: Reprodução/Flickr (Casa da América)

Startups de impacto social: conheça 5 para ficar de olho em 2023

Startups de impacto social

Startups de impacto social têm ajudado a reduzir a desigualdade por meio de ações educativas focadas em população de baixa renda

Práticas ESG, da sigla em inglês para Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança) é a bola da vez no universo corporativo e não tem sido diferente no ecossistema de inovação. Sendo assim, obstinar como resultado o impacto social positivo que um negócio pode agregar vem sendo cada vez mais uma preocupação de algumas startups.

Startups de impacto social

Neste cenário, ações que priorizam a letra S da sigla, de social, têm se destacado no Brasil, local de grandes desigualdades sociais.

Este é um dos critérios de programas como o BNDES Garagem – Negócios de Impacto. Ele promove o empreendedorismo em todo Brasil por meio de um programa de aceleração que privilegia empresas que ajudem a transformar a realidade da população.

Atualmente, a iniciativa conta com a parceria de três organizações referências no ecossistema de empreendedorismo e inovação: Artemisia, Wayra e Liga Ventures.

A seguir, conheça cinco startups de impacto social, apoiadas pelo programa, para acompanhar em 2023:

Ela Faz

Promove a paridade de gênero, diversidade e inclusão social por meio de uma plataforma de tecnologia educacional que qualifica mulheres para o mercado de trabalho.

Além disso, a startup promove estudos nas comunidades, levantando dados sobre mulheres e direcionando a criação de cursos e conteúdos que atendam às necessidades específicas desses grupos. As formações são desenvolvidas de modo acessível, nas modalidades EAD e presencial.

A startup também faz acompanhamento psicossocial, para detectar as lacunas a serem trabalhadas nas mulheres participantes, para que estejam prontas a responder às expectativas operacionais e comportamentais do mercado. Mais de 2000 mulheres já participaram das formações.

Edumi

Startup que capacita jovens de baixa renda para o mercado de tecnologia. Por meio do programa gratuito Edumi for Youth, os alunos aprendem além de habilidades em tecnologia, soft skills importantes para conseguirem uma colocação profissional. 

Com duração de quatro meses e carga horária que supera 300 horas, o foco é atrair, selecionar, capacitar e dar mentoria aos participantes, apresentando as dinâmicas do ambiente corporativo a partir do contato gerado com as empresas patrocinadoras. 

Partiu!

A Partiu! é uma startup que através de uma plataforma de aprendizagem gamificada capacita e conecta mães de periferia a empresas de tecnologia. Com isso, elas desenvolvem competências cognitivas, socioemocionais e profissionais por meio de estratégias personalizadas geradas por recursos de Inteligência Artificial.

O objetivo é quebrar o ciclo de pobreza, ajudando mães em situação de vulnerabilidade a estudar e trabalhar, ressignificando seu papel na sociedade.

NoFront

A NoFront é uma plataforma digital com foco em jovens negros da periferia. Surgiu para aproximar pessoas pretas da educação financeira, ajudando a reduzir as desigualdades, promovendo a emancipação econômica.

Seu lema é que todos devem viver de forma abundante, próspera e igualitária. Para isso, oferece cursos sobre economia por meio das músicas de RAP – metodologia inédita de ensino.

Oferece ainda consultorias, palestras, workshops e podcast como ferramentas para ampliação do aprendizado, dentro e fora da sala de aula.

Tindin

Por fim, a Tindin é uma startup de educação. Seu principal produto é um ambiente virtual de aprendizagem gamificado, dentro de um contexto no metaverso, o que transforma o ensino híbrido em uma experiência imersiva.

Os usuários podem aplicar os conhecimentos teóricos multidisciplinares em situações práticas simuladas no ambiente digital. Para isso utiliza a educação financeira como principal mote para aplicação de conhecimentos diversos, aprendidos na escola.

O objetivo é democratizar o acesso à educação de qualidade por meio da combinação de tecnologias disruptivas e metodologias ativas. Seu modelo de negócio é predominantemente B2B. Porém, também possui frentes de atuação nos modelos B2G e B2B2G, oferecendo sua tecnologia para governos.

*Foto: Reprodução

Programa de soluções de impacto avança em Jundiaí

Programa de soluções de impacto

Programa de soluções de impacto no município do interior paulista abrange fase do Programa de Aceleração de Negócios de Impacto do IdeiaGov

Mais uma vez a cidade de Jundiaí, no interior paulista, participou de uma fase do Programa de Aceleração de Negócios de Impacto do IdeiaGov. O projeto criou um laboratório de inovação do governo do Estado, para avaliar as propostas feitas por 30 parceiros da iniciativa privada, com foco no fomento à inovação de impacto social por meio da aceleração de soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela administração pública.

Programa de soluções de impacto

O programa de soluções de impacto foi realizado na sede do IdeiaGov, em São Paulo, e contou com palestras de especialistas nos temas de sustentabilidade no Poder Público, análise de dados para a tomada de decisões e experiência do cidadão com os serviços públicos.

Comissão

Além disso, a comissão de avaliação foi composta por representantes dos municípios participantes do desafio. Entre eles, representando Jundiaí, está o diretor do Departamento de Planejamento, Gestão e Finanças da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), Lucas Rodrigues.

Na ocasião, 30 empresas realizaram suas apresentações e as cinco startups mais bem avaliadas – nos critérios: empreendedor e equipe, inovação e diferenciação, modelo de negócio e impacto – foram premiadas como destaques.

Ainda de acordo com Lucas Rodrigues:

“A participação de Jundiaí é motivada pela visão de trazer inovação à gestão municipal, utilizando de parcerias e trabalho em rede para ampliarmos o alcance das nossas ações e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Conseguir soluções piloto sem custos aos cofres públicos, como essa oportunidade que o IdeiaGov nos oferece, nos auxilia a ser cada vez mais assertivos nas eventuais futuras contratações.”

Próximos passos

Como próximos passos, startups e municípios trabalharão as afinidades detectadas entre os desafios públicos e soluções propostas. Além disso, uma ou mais startups poderão ser incubadas em um dos ambientes de inovação do Campus Jundiaí, pelo período de três meses, em troca de um atestado de capacidade técnica para a iniciativa.

Além da UGADS, também estão envolvidos no programa como representantes da Prefeitura a Unidade-Adjunta de Governo da Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF) e a Unidade de Gestão de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (UGDECT).

*Foto: Reprodução

Expo Impacto ocorre nesta semana: saiba tudo

Expo Impacto

Expo Impacto traz palestras sobre negócios e meio ambiente e é organizado pela Associação Amigos do Futuro, e acontece no Eixo Cultural Ibero-Americano

É fato que mais empresas buscam meios de trabalhar de forma mais ecológica. Isso envolve menos contaminação e ainda mantém o lucro. É o que o mercado chama de Empreendedorismo Sustentável. Ou seja, que se preocupa com o meio ambiente, e que atrai mais empresários. Porém, muitos não ainda como iniciar ou investir neste tipo de empreendimento.

Evento Expo Impacto

Sendo assim, entre os dias 23 e 26 de junho, vai ocorrer o evento Expo Impacto. Ele trará palestras, rodas de conversa, oficinas e estandes. A ideia é integrar a comunidade, o ecossistema de inovação e empreendedores, com impacto social para compartilhar conhecimentos sobre o empreendedorismo sustentável.

Organização

A organização é da Associação Amigos do Futuro, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. O evento Expo Impacto levará ao Distrito Federal também empresários e especialistas do para conectar ideias, buscar novos caminhos e inspirar atitudes ecológicas nos empresários brasilienses.

Além disso, o Expo Impacto terá estandes de empresas do segmento de impacto voltadas à ecologia, ecoturismo, empreendedorismo responsável e reciclagem.

Destaques da programação

Ao todo, serão dez encontros, com grandes nomes expoentes do mercado. É o caso de Paulo Sá, economista com MBA pela London Business School (UK). Ele abre o evento nesta quinta, às 10h30, para falar sobre Economia x Impacto social. Ainda no primeiro dia, Patricia Mazoni, profissional nas áreas de mobilização social, educação ambiental, e ecoturismo, e Gustavo Sá, produtor de eventos, falam às 17h sobre o impacto social de eventos sustentáveis.

Já no segundo dia, o destaque é para a palestra “Encontro de Artesanato sustentável e de impacto social”, liderada por Edinar Valeriano Gomes, artesã brasiliense com mais de 30 anos de experiência, às 14h30. No sábado, 25, às 17h, o Barba Rogério, responsável pelo projeto Barba na Rua, que ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas do DF, vai mediar a palestra sobre Projetos Sociais.

Sustentabilidade e Racismo

Contudo, para fechar o evento, as pautas escolhidas falam sobre Sustentabilidade e Racismo. No caso, serão duas palestras. A primeira será mediada por Rejane Pieratti, especialista em projetos de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental, às 14h30. E a segunda será comandada por Juvenal Araújo, ex-Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, às 17h.

Como participar

Para participar, os interessados devem fazer um credenciamento pelo formulário disponível neste link, que acontecerá no Eixo Cultural Ibero-Americano, com palestras que começam às 10h e terminam às 22h.

*Foto: Reprodução

Mercado solidário dá comida de graça a quem precisa no RJ

Mercado solidário da Parada São Jorge

Mercado solidário é uma iniciativa da Parada São Jorge, região pobre no interior de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio

Muitas famílias ficaram sem ter o que comer desde o começo da pandemia de Covid-19, em 2020. Pensando nisso, mulheres se uniram na comunidade da Parada São Jorge, região pobre no interior de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio para ofertar comida de graça a quem precisa. Nasceu assim um mercado solidário que agora está prestes a se tornar uma organização não governamental (ONG).

Mercado solidário da Parada São Jorge

A iniciativa do mercado solidário contou com a ajuda da publicitária Letícia da Hora, moradora da comunidade. Ela decidiu abrir este projeto de impacto social com a finalidade de arrecadar e doar cestas básicas.

No começo, tudo era feito de modo prosaico. Mas quase dois anos depois, ainda segue sendo sustentada por pessoas físicas, e sem nenhum auxílio público ou de entidades privadas. Portanto, são cidadãos desconhecidos que se mobilizam para ajudar outros a terem o que comer.

Como funciona o mercado solidário

O mercado solidário criado por Letícia e tocado pelas Mulheres da Parada, nome dado ao grupo, tem como alvo um problema urgente: a fome.

De acordo com Letícia:

“Logo na primeira onda da covid-19, tinha muita gente sem conseguir trabalhar. Aqui tem muita gente que é trabalhador informal – diaristas, camelôs -, que ficou sem conseguir trabalhar e ficou sem seu sustento. E a maioria trabalha hoje para comer amanhã.”

Inicialmente, ao projeto fazia apenas a distribuição de cestas básicas. Entretanto, depois ficou claro que a maior parte das pessoas buscava produtos bem específicos. Isso inclui: arroz, feição e macarrão. Sendo assim, as Mulheres da Parada tiveram a ideia de criar um mercadinho onde cada um fosse buscar o que precisava de fato, e sem precisar pagar nada por isso.

Cadastro

Atualmente, são 150 famílias cadastradas na Parada São Jorge. Isso dá em média 550 pessoas que recebem a ajuda. Os alimentos são doados por colaboradores.

Além disso, a maioria das vezes a doação é feita por meio de uma transferência de PIX. E as próprias mulheres tratam de comprar os produtos com algum fornecedor. Mas o desafio cresceu mais ainda nos últimos tempos, revela a publicitária.

“Desde outubro (do ano passado) diminuiu o número de doações, e o preço dos alimentos aumentou muito, muito mesmo. Antes, com o valor da doação, a gente conseguia fazer ‘2 X’, e hoje conseguimos ‘meio X’. E o número de pessoas precisando só aumenta, porque a crise está aí, com aumento do desemprego.”

Escolhas

Por outro lado, Letícia afirma que com menos dinheiro, o grupo acaba fazendo escolhas sobre quem ajudar e esta é a parte mais difícil. No começo, as famílias com cinco ou mais pessoas recebiam até 30 itens todos os meses. Mas agora este número caiu pela metade.

Com isso, a preferência hoje é para quem for mãe solo e/ou que sofre de alguma violência doméstica.

“Existem várias formas de você ser violentada, tem a agressão física, a moral e a patrimonial. E a gente percebeu que aqui, na comunidade, uma das formas que os homens têm para agredir essa mulher é na violência patrimonial. Às vezes eles têm dinheiro para comprar comida, mas eles não compram, para fazer essa mulher ficar ainda mais dependente dele.”

ONG

Com os grandes desafios diários, o coletivo das Mulheres da Parada vão ampliar sua atuação. Agora, o grupo está em processo para se transformar em uma ONG, o que facilitaria o recebimento de doações.

Além disso, uma horta comunitária já foi criada pelo projeto social. Também são oferecidos cursos para ensinar outras mulheres a plantar e a produzir o próprio alimento.

*Foto: Divulgação