Jogadores de free fire já são considerados atletas profissionais de e-sports
O universo dos games aumenta cada vez mais e junto com eles, mais desafios. Já não é de hoje que ouvimos falar em profissional de e-sports. Apesar dos pais desses jovens torcerem o nariz para tudo isso, os jogadores de free fire são uma realidade mundial no mundo da tecnologia. E eles lidam com uma dinâmica muito similar à de qualquer outro esporte.
Jogadores de free fire
O número de jogadores de free fire cresce cada vez mais. Este jogo foi criado pela Garena, empresa do sudeste asiático, em 2017.
Sendo assim, o formato do jogo é o Battle Royale, gênero que consiste na disputa de um mesmo espaço por diferentes equipes, em que o objetivo é ser o único sobrevivente ao fim de cada partida.
Ilha
Neste caso, os jogadores de free fire começam a partida em uma ilha, na qual têm de procurar armas e itens por todo o cenário. E conforme o game avança, a área se torna cada vez menor. Ou seja, aumentam as chances de jogadores de diferentes equipes se encontrarem e lutarem. Vence o último a ficar em pé.
Nos últimos três anos já são 100 milhões de jogadores ativos. Ele pode ser jogado em smartphones de qualquer tipo. Portanto, isso lhe rendeu o título de game mais baixado para dispositivos mobile em 2020.
Com o acesso de jovens de diferentes origens faz do jogo free fire uma forma de ganho profissional. Há duas formas de entrar na carreira. A primeira jogando em times profissionais e competindo. Já a outra, transmitindo as partidas disputadas ao vivo (formato popularmente conhecido como “stream”).
Ganhos
Desde 2017, Conteúdos relacionados ao game foram visualizados mais de 100 bilhões de vezes. Entre as regiões que mais assistem a esse conteúdo, estão o sudeste da Ásia, a Índia e o Brasil.
Portanto, com uma audiência dessas existe a oportunidade para marcas investirem nos atletas que fazem stream. O objetivo é se aproximarem dos fãs do game. Segundo informações apuradas pela revista EXAME, o salário médio de streamers de sucesso pode chegar a R$ 50 mil.
Famosos
Os jogadores de free fire também possui um público já famoso. É o caso da cantora Anitta, que fez uma live desse tipo com a drag queen Samira Close por meio da plataforma Facebook Gaming. Além dela, outros artistas como Mano Brown, DJ Alok e Lexa têm adotado os games como parte de sua estratégia de aproximação com o público.
E quanto ganha um jogador profissional de Free Fire?
Quando os jogadores de free fire entram para algum tome dentro do jogo, os salários são menores, entre R$ 4 mil e R$ 12 mil. Mesmo assim, a quantia é suficiente para chamar a atenção de muitos jovens.
Segundo Jaime Pádua, CEO do time FURIA, organização relevante de e-Sports, recrutar jogadores de free fire exige uma grande atenção. Isso porque os processos similares às “peneiras” faz com que os recrutados se destaquem continuamente na plataforma.
“O Free Fire, até mais do que outros jogos, é muito rico em talentos, surgem novos grandes jogadores todos os dias, fazer um scouting efetivo, encontrar os novos ‘Neymares’ e ‘Ronaldinhos’ do game. Temos um DNA muito forte nisso.”
Qual o perfil de um jogador profissional de Free Fire?
A idade dos jogadores varia muito para cada jogo. Mas, segundo Pádua, o momento “de ouro” está entre os 17 e 26 anos. Os que chegam aos 30, 32 são casos excepcionais. Porém, os jogadores não se intimidam por este fator limitante de idade.
Um exemplo disso é dentro da equipe Black Dragons, outro time que também tem equipes de Free Fire. Nesta equipe, três jogadores entrevistados pela EXAME têm a tal “média de ouro” em idade: Raphael “Phoenix” Ferreira Sande, de 21 anos, Jhonatan “JUBINHA” Silva, de 18, e Rhayan “Yan” Vasconcelos, de 20.
Os três disseram que não contam com apoio dos familiares nesta profissão.
Por outro lado, eles consideram que o esforço valeu a pena. Só neste ano, os campeonatos profissionais promovidos pela Garena na Liga Brasileira de Free Fire terão premiação de R$2,4 milhões. Além da internet, será possível acompanhá-los também na TV aberta, por meio do canal Loading.
E quem não é profissional?
Quem não é patrocinado por um time pode ganhar dinheiro por meio de campeonatos amadores. Os jogadores de free fire ouvidos pela reportagem disseram que há campeonatos amadores disputados atualmente em que o prêmio chega a R$ 70 mil.
É um cenário bem diferente do encontrado há dois anos, quando esses mesmos torneios não tinham tanta visibilidade e o prêmio era de pouco mais de R$3 mil.
Sobre isso, Sande, jogador do Black Dragons, afirma:
“O principal ponto é não desistir. Quando você começa a competir, há momentos em que dá vontade de parar, principalmente quando você começa a perder muitas partidas em seguida. Mas o primeiro passo, eu diria, é montar um time e começar de baixo, pegar experiência. Não adianta ter um amigo na série A e querer começar por lá, porque você não vai ser um jogador completo. Acredito muito nisso.”
*Foto: Divulgação