Rio Pinheiros pode ficar limpo com projeto de despoluição

Mesmo se for limpo, não é recomendável nada no Rio Pinheiros

O governo do Estado de São Paulo lançou o projeto Novo Rio Pinheiros, na intenção de despoluir o rio. No entanto, o órgão deixa claro que não há pretensão alguma deixar toda sua extensão propícia para banhos ou consumo. A ideia é apenas retomar o que ainda possa existir de vida nele. As afirmações são de Benedito Braga, o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), à época do lançamento do projeto, no fim de setembro.

Na ocasião, ele explicou durante encontro no evento Rios por um Triz – Despoluição dos Rios Pinheiros e Tietê, promovido pela SOS Mata Atlântica, em São Paulo:

“Ninguém está falando de um rio que vai estar disponível para natação, para esportes de contato direto com a água. Ninguém está falando em beber a água do Rio Pinheiros. Estamos falando de um rio que tenha 100% do tempo condições aeróbias. Dessa maneira, ele deixa de cheirar mal”.

E ainda ressaltou:

“É o que foi feito em outras partes do mundo. Muitas vezes dão exemplo do Tâmisa (na Inglaterra), do Sena (na França). Eles de fato não cheiram mal, mas não se pode ter contato direto com suas águas”.

Objetivo de despoluição do Rio Pinheiros

Para ele, o principal objetivo do projeto Novo Rio Pinheiros é conseguir com que “o rio tenha utilidade para a população na região metropolitana de São Paulo”. Ao contrário de tentar fazer uma despoluição direta, o foco da ação será em relação aos córregos que deságuam no rio, ou seja, que não chegue nele itens poluidores, vindos das estações de recuperação de água do córrego.

Desafios

Braga também contou que um dos grandes desafios do projeto para despoluir o Rio Pinheiros será tirar 2.800 litros por segundo de esgoto de suas sub-bacias para se tornar, até o ano de 2022, um rio que possa de fato ser utilizado.

Para isso, foram lançados 14 pacotes de licitação no valor de R$ 1,5 bilhão.

Eduardo Trani, subsecretário estadual e Meio Ambiente, complementou:

“Hoje não existe um lugar em que as pessoas possam parar o carro para visitar o rio. E o projeto vai ter uma série de ideias para a integração rio-cidade”.

Braga finalizou o encontro dizendo que serão construídas passarelas sobre o Rio Pinheiros. Além disso, “com o aumento do calado – da profundidade do rio -, poderia haver navegação turística no Pinheiros”.

Fonte: revista EXAME

*Foto: Divulgação