Itaú prevê Selic a 5.50% no fim do ano diante do acúmulo de incertezas

Banco revisitou suas projeções para câmbio, juros, inflação e PIB, com isso o cenário pode ter taxa Selic a 5.50%

Nesta sexta-feira (12), o Itaú Unibanco (ITUB4), divulgou o relatório “Aumento de incertezas turva o cenário”. Por meio dele, o maior banco do país, revisou suas projeções para câmbio, juros, inflação e PIB em 2021 e 2022 diante da pandemia.

Taxa Selic a 5.50%

A instituição cita o aumento das incertezas globais e domésticas, assim como a inflação mais pressionada. Além disso, a equipe de economia do Itaú espera agora que a taxa básica de juros Selic feche o ano em 5.50% ao ano. Ou seja, acima dos 5% anteriormente previstos.

Reunião do Copom

A fase de aperto monetário já seria iniciada na próxima reunião do Copom, do Banco Central, na semana que vem. Com o foco de uma alta de 0.50 ponto percentual que levaria a Selic para 2.50% ao ano.

IPCA

Conforme afirmação do Itaú, a inflação ao consumidor medida pelo IPCA ficará em 4.7% em 2021, mais próxima do teto da meta de inflação. Em contrapartida, o centro da meta é de 3.75%, com tolerância de 1.50 ponto percentual, ou seja, até 5.25% ao ano. Antes, o banco estimava que o IPCA terminaria o ano em 3.8%. As alterações foram feitas com base nas cotações mais elevadas do petróleo e no câmbio mais depreciado.

Taxa de câmbio

A taxa de câmbio deve encerrar 2021 com o dólar negociado a R$ 5,30, ante projeção anterior de R$ 5,00; para 2022, a estimativa é que a moeda americana tenha cotação de R$ 5,50 no fim do ano (versus R$ 5,00 anteriormente).

Sobre isso, o relatório do Itaú, assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita ressalta:

“Dada a dinâmica da pandemia e suas consequências econômicas e sociais, existe um risco não desprezível de flexibilização adicional do regime fiscal do teto de gastos à frente.”

O economista ainda completou:

“Tal cenário impactaria a já frágil sustentabilidade fiscal brasileira, aumentando o prêmio de risco doméstico, com efeitos negativos sobre juros, câmbio e atividade econômica em 2021 e, predominantemente, em 2022.”

Baixas expectativas de crescimento

Além disso, o relatório do Itaú revisou para baixo as expectativas de crescimento tanto neste ano como em 2022, para 3.8% (ante 4% em previsão anterior) e 1.8% (ante 2.5%), respectivamente.

De acordo com o banco, as projeções tinham três premissas:

  • O avanço da vacinação, com a retomada do setor de serviços;
  • Crescimento global robusto;
  • Manutenção de juros baixos.

O relatório conclui:

“O aumento do risco fiscal e a consequente deterioração das condições financeiras impedem a manutenção dos juros em patamares mais baixos e reduzem a perspectiva de crescimento adiante.”

*Foto: Divulgação