Impressora 3D já imprime um coração a partir de tecido humano

Criado por equipe israelense da universidade de Tel Aviv, em Jerusalém, o protótipo possui células do próprio paciente

A revista Advanced Science publicou um estudo em abril, realizado por cientistas da universidade de Tel Aviv. Liderado pelo professor Tal Dvir o coração em 3D é considerado o primeiro no mundo a ser impresso com vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras.

A pesquisa desses cientistas pode abrir um caminho para que no futuro pacientes em filas de espera por um transplante não precisem mais recorrer a essa solução e poderão receber corações pulsantes por meio de impressoras 3D. Pois a rejeição praticamente seria nula ao utilizar no processo as próprias células do paciente.

Em entrevista à publicação, Dvir afirma:

“Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos”.

Em seguida, os materiais do paciente foram processados e convertidos em biotinta, podendo assim para serem impressos junto às células.

TAMANHO DO PROTÓTIPO E PASSOS SEGUINTES

Segundo os jornalistas que presenciaram a demonstração dos cientistas em uma coletiva também no mês abril, o tamanho do coração impresso é comparado ao de um coelho ou uma cereja, medindo cerca de três centímetros. Por enquanto, o coração completo ainda não é capaz de bombear, e sim apenas suas células se contraem.

De acordo com os cientistas ainda é necessário mais desenvolvimento até que o órgão consiga ser transplantado em um ser humano. As células precisam estar mais amadurecidas e se comuniquem entre si, ou seja, que elas aprendam a se comportar adequadamente. Porém, a ideia é primeiro realizar transplantes em pequenos animais, como ratos e coelhos.

Dvir finaliza:

“Talvez, em dez anos, haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam conduzidos rotineiramente”.

DOENÇA CARDÍACA E TRANSPLANTES

Doenças ligadas ao coração são as principais causas de morte no mundo. Os dados são do Sistema Único de Saúde (SUS) e no Brasil é a causa número um que leva ao óbito. Nos EUA, os falecimentos em decorrência de problemas no coração estão em primeiro lugar. Já em Israel, ela fica em segunda posição, vindo logo após o câncer.

Na maioria das vezes, o paciente não consegue esperar a doação do órgão e morre antes, segundo informações do HCor. No Brasil, a espera chega entre 12 e 18 meses a depender da região onde a pessoa reside. Nos EUA, o paciente esperar cerca de seis meses por um transplante.

*Foto: Reprodução / Advanced Science – Tal Dvir, Assaf Shapira, Nadav Moor