“Árida”: conheça o primeiro game brasileiro ambientado no sertão

Jogo online narra a história de Cícera, uma jovem sertaneja do século 19

Lançado mês passado, o game brasileiro “Árida” foi desenvolvido por uma empresa de jogos baiana, a Aoca Game Lab.

O enredo traça a jornada da jovem Cícera, de 13 anos e seu avô em meio a uma grave seca. O sertão como pano de fundo da história engloba até a famosa Guerra de Canudos, que também aconteceu neste período.

A Aoca Games teve o cuidado com a pesquisa histórica, pois apesar de todos os sete desenvolvedores serem do estado Bahia, nenhum deles é sertanejo de fato.

COMO TUDO COMEÇOU

De acordo com o fundador da empresa, Felipe Pereira, o argumento de Árida surgiu há cerca de quatro anos. Ele recrutou profissionais da área e decidiram que a Guerra de Canudos seria apenas um elemento do game. Além disso, todos concordaram que a força da história estava mesmo no sertão baiano e resolveram ampliar este assunto.

COMO VIVER O UNIVERSO DE CÍCERA NO JOGO

A jornada da protagonista sertaneja é retratada durante uma grave seca ocorrida no século 19. Na primeira parte do game, Cícera e seu avô são apresentados aos jogadores. Eles poderão se ambientar com todo o universo dos personagens e saber as vantagens e desvantagens de viver em meio à seca.

Além disso, a Aoca Games deve lançar “Árida” apenas pela plataforma Steam, que é uma loja online. O usuário que quiser ser avisado sobre o lançamento do game, basta acessar o site da Steam e se cadastrar. Por enquanto, não é pretensão da produtora baiana trabalhar com console Xbox, um dos mais conhecidos do mercado.

FINANCIAMENTO E MERCADO INTERNACIONAL

A primeira parte do game foi viabilizada por meio de um edital de jogos as Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Já a segunda parte poderá ser captada por financiamento da Ancine. Recentemente, a Agência Nacional de Cinema passou a destinar recursos para este setor que também enxerga como um projeto audiovisual.

Em dezembro, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão divulgou investimento de R$ 45 milhões ao setor de game. O valor é mais que o dobro de recursos investidos pelo FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) ao desenvolvimento de jogos.

A empresa Aoca Games pretende expandir as vendas de “Árida” ao mercado internacional. Com isso, eles querem ter a oportunidade de despertar o interesse pelos nordestinos em outros países. Além disso, acham importante que a indústria do game brasileiro fuja do eixo Rio-São Paulo e contemplem outros estados.

Segundo Felipe, este jogo também pode se transformar em uma animação ou uma HQ, conforme seu sucesso fora do país.

*Foto: Divulgação