Isentar tarifa do trigo significa consolidar o compromisso que o Brasil assumiu junto à OMC
Na semana passada, foi anunciado pelo Ministério da Agricultura que o Brasil implantou uma corta de importação de 750 mil toneladas de trigo por ano isento de tarifas. A medida, por enquanto, tem prazo indeterminado.
Tal cota consolida o compromisso que o Brasil assumiu junto à OMC (Organização Mundial do Comércio).
Implementação da cota do trigo
A implementação da cota do trigo recebeu aval durante uma reunião do Comitê Executivo de Gestão da Camex (Câmara de Comércio Exterior), que foi realizada no dia 5 de novembro, conforma nota divulgada pelo ministério.
A pasta ainda ressaltou que com a medida, as importações de todos os países serão favorecidas com a cota, com exceção das provenientes de nações com as quais o Brasil possui acordo de livre-comércio para o produto. É o caso da Argentina, que é a principal fornecedora de trigo para o Brasil, que é isenta de taxas por ser país-membro do Mercosul.
Previsões da Abitrigo
Já era esperada a cota entrar em vigor em 2020, segundo previsões da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo). Com isso, a medida pode favorecer especialmente o cereal dos Estados Unidos, Canadá e Rússia.
Em viagem presidencial ocorrida em março deste ano, Jair Bolsonaro acordou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o Brasil consentiria a importação de no máximo 750 mil toneladas de trigo dos EUA isentas de taxa.
Mercado americano de carnes
A iniciativa seria um dos esforços que o Brasil está fazendo para conseguir entrar novamente no mercado americano de carnes. Tal esforço sempre encontrou resistência dos produtores americanos de proteína animal.
Em meados de 2017, os Estados Unidos suspenderam a compra de carne bovina in natura brasileira, em função da operação Carne Fraca, em que foi revelado um esquema de adulteração do produto que era negociado no mercado interno e externo, em que atestados de qualidade eram obtidos por meio de corrupção de funcionários daquele governo.
Em uma publicação da Folha de São Paulo no dia 4 de novembro, o governo americano negou a abertura de seu mercado à carne bovina in natura do Brasil depois do resultado de uma inspeção técnica comandada pelo Departamento de Agricultura no Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação