Situado na região central da cidade, o Elevado Presidente João Goulart liga a Avenida Radial A Avenida Francisco Matarazzo (Zona Oeste) à Avenida Radial Leste-Oeste (no Centro), passando pelos bairros Barra Funda, Santa Cecília, Consolação e República.
Determinada pelo Plano Diretor de 2016 e idealizada durante a gestão de Fernando Haddad (PT), a desativação do Minhocão foi deixada em aberto pelo petista em relação ao que seria feito de sua estrutura.
O atual prefeito Bruno Covas decidiu cumprir a regra e estudar o que faria no local. A decisão foi adiada até que os custos fossem considerados e a questão da solução dos reparos de emergência dos viadutos da capital paulista fossem iniciados e equacionados.
O custo estimado da obra é de R$ 38 milhões arrecadados de recursos municipais.
Anunciado pela prefeitura, a construção do primeiro trecho do Parque Minhocão acontecerá em três etapas, tendo início das obras ainda em fevereiro e sendo finalizadas em 2020.
Etapas do primeiro trecho
1ª Etapa: serão feitas obras de segurança e acessibilidade no espaço entre a saída da Ligação Leste-Oeste até a ligação com a Avenida São João.
Além de instalação de acessos em nove pontos de todo o elevado, entre elevadores e escadas. E implementação de estruturas de proteção nas laterais para a segurança dos frequentadores.
*Foto: Reprodução – Flickr – Diego Torres Silvestre
Como ficará o acesso
No final do segundo semestre, devem ser iniciadas as obras da segunda etapa. O motorista que seguir no sentido dos bairros de Perdizes e Barra Funda poderá pegar o elevado por um acesso perto da Rua Helvétia, na altura do bairro Campos Elíseos.
Quem for no sentido contrário, pegará a passagem localizada à Rua Sebastião Pereira, na Vila Buarque.
2ª Etapa: será construído 900 metros de parque entre a Praça Roosevelt e o Largo do Arouche. Neste trecho teremos 17.500 metros quadrados com jardins, floreiras e deques, dispostos em módulos pré-fabricados.
O conceito urbanístico e referências do arquiteto Jamie Lerner foram adotados pela Prefeitura de São Paulo, utilizando material modulado, além de usos institucionais na parte debaixo do viaduto e intervenções que permitem a integração dos espaços.
3ª etapa: Ocorrerá paralelamente à segunda etapa discussões e participação popular para fixar um regimento mais específico do entorno do parque, que o envolve o Projeto de Intervenção Urbana (PIU).
História da desativação do Minhocão
A sina do então Elevado Costa e Silva é pauta de discussão desde a década de 1970, quando foram iniciadas os períodos de interdição ao tráfego veicular durante a noite.
Passados mais de 40 anos, o resultado do impacto que teria sobre o cotidiano de grande número de munícipes fez com que o Plano Diretor Estratégico (PDE), acatado em 2014, tratasse do tema. Foi prevista uma lei específica para determinar a gradual restrição ao transporte individual motorizado no Minhocão, além de definir prazos para sua completa desativação como via de tráfego, ou transformação, parcial ou integral em parque para a população usufruir.
A decisão foi atendida com a aprovação da Lei Municipal nº 16.833, de 7 de fevereiro de 2018, que definiu a desativação do elevado como via de circulação de veículos; incentivo à realização de eventos culturais e esportivos em horários de interdição ao tráfego, e a obrigatoriedade de propor a transformação parcial ou total do elevado em parque por meio de um Projeto de Intervenção Urbana – PIU, a ser aprovado por Lei ou Decreto.
Além disso, a lei também permite o Executivo a realizar projetos pilotos para avaliação dos impactos, no curso do processo de desativação da estrutura.
*Foto Capa: Reprodução / Flickr – Daniel Castanho