Avanço das autorizações chegaram a 70% no ano passado, segundo a Anvisa
Desde 2018, o mercado de maconha medicinal tem atraído investidores estrangeiros ao Brasil.
A importação do medicamento cresceu bastante nos últimos tempos no país. Entres os motivos, está o fato da Anvisa ainda não ter alavancado o processo de regulamentação para que farmacêuticas brasileiras possam plantar a erva e comercializar seu uso do ponto de vista clínico.
O número de novos pedidos atingiu 2.371 casos só no ano passado, além de 1.242 solicitações de revalidação.
O mercado brasileiro de maconha medicinal chegou a ser citado no site americano Marijuana Business Daily, no mês passado. O que comprova que os investidores acompanham de perto o uso do medicamento em território nacional.
RENOVAÇÕES X LIBERAÇÕES EM 2019
Para este ano, o número de renovações tem sido o menor que o de liberações. Um dos motivos é alto custo para importação do medicamento. Entre janeiro e março, somente 429 licenças foram renovadas, segundo Caio Abreu, diretor da Entourage, empresa especializada nesse segmento.
AUTORIZAÇÕES DE PLANTIO VIA PROCESSO JUDICIAL
Muitos pacientes, por falta de condições financeiras, acabam limitando a dose de uso do medicamento. Pois assim, eles conseguem estender o tratamento à base de canabidiol. Tem casos de pessoas que optam por alternativas consideradas ilegais para conseguir a fórmula, ressalta Caio.
PLATAFORMA DE COMPRA LEGAL DE MACONHA MEDICINAL
Fundado em 2018, o portal Dr. Cannabis foi idealizado pela empresária Viviane Sedola. Vinda da área de relações públicas do site de crowdfunding Kickante, Viviane percebeu a carência de informação do mercado de maconha medicinal no Brasil.
A partir daí, resolveu apostar neste ramo de atividade e criar uma plataforma para divulgar informações de como comprar de forma legalizada: canabidiol (CBD) e tetraidrocanabinol (THC). Enfim, facilitar cada vez mais o acesso a esse recurso medicinal e que ainda é um tabu no país.
Pouca gente sabe que o medicamento serve para tratar casos de epilepsia, autismo, dores crônicas, esclerose múltipla e até ansiedade. Com isso, a CEO do Dr. Cannabis reúne em seu portal tanto médicos como usuários cadastrados. Eles recebem uma newsletter com as últimas informações deste universo medicinal.
Desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária permite ao paciente com receita médica que importe CBD ou THC. O processo de importação não é muito barato, podendo ultrapassar R$ 2 mil. Portanto, pacientes que não possuem condições financeiras, eles podem pedir judicialmente uma licença para poder plantar a erva em casa. Atualmente, já são 15, o número de casos de quem conseguiu este tipo de autorização via judicial.
LEGISLAÇÃO PARA PLANTIO
Está em discussão no Senado o projeto de lei 514/2017 para permissão do plantio da erva para fins medicinais. Com isso, a indústria farmacêutica brasileira teria muito a ganhar.
Quando foi divulgado em 2018 pelo presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a aceleração do processo de regulamentação da maconha medicinal, o setor farmacêutico correu para se aprofundar sobre o assunto, etc. Porém, com o atraso em regularizar todos os trâmites, a instalação de linhas de produção desse mercado tiveram que esperar. A partir daí, que os investidores estrangeiros viram uma grande oportunidade de negócio no país.
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