Maior concentração de geosmina na água bateu seu recorde na semana passada, com 0,515 micrograma por litro (μg/L)
Na semana passada, os moradores do Rio de Janeiro voltaram a sofrer com o gosto e o cheiro ruins na água. Segundo último relatório de coleta realizado pela Cedae, a concentração de geosmina/MIB na água foi a mais alta desde o começo do ano: 0,515 micrograma por litro (μg/L).
O relatório ainda apontou que a concentração geosmina na água tratada, que efetivamente chega às residências, registrou o segundo maior valor do ano, 0,183 μg/L. O recorde foi observado na semana anterior, no dia 18 de março, quando o valor chegou a 0,198 μg/L.
Valores de 2020
Em geral, tais valores, são considerados baixos em comparação com os registrados em 2020. Porém, podem causar gosto ruim e odor forte, afirma a Cedae em comunicado.
“Mesmo em baixa concentração, a substância pode alterar gosto e cheiro, apesar de não representar risco à saúde dos consumidores.”
Relatos de moradores
Por meio das redes sociais, moradores afirmam que voltaram a sofrer com o problema. É o caso de uma internauta que se manifestou via Twitter na manhã de ontem (30):
“Em Brás de Pina água com gosto e cheiro horrível já a mais de duas semanas, característicos de Geosmina.”
Por outro lado, uma residente disse que o problema atinge também pessoas da Ilha do Governador:
“É dose aturar Covid-19 e ainda por cima geosmina na água. Na Ilha do Governador tomo banho de geosmina todos os dias!.”
Todavia, um morador aponta que a alteração na água refletiu no sabor da comida:
“Aqui no Andaraí a água está com gosto e cheiro de terra há duas semanas. E sexta feira, no Mc Donald’s do Largo do Machado, o suco de uva estava com gosto da geosmina.”
Nota da Cedae
Portanto, diante deste cenário, a Cedae emitiu uma nota em que diz que vai manter todas as medidas para reduzir a comcentração de geosmina. Isso inclui a aplicação de carvão ativado. Ela ainda disse que nesta semana começará a instalação da bomba que vai jogar a água do Rio Guandu diretamente para a lagoa. Portanto, haverá um aumento da entrada de água e, consequentemente, sua renovação.
“Para combater a geosmina/MIB, produzida por algas que aumentam principalmente devido ao calor, água parada e nutrientes, a Companhia começa a instalar nesta semana, de forma emergencial, um novo sistema de bombeamento de água do Rio Guandu para a Lagoa Grande. A bomba será implantada antes da captação de água da estação de tratamento e vai renovar a água da lagoa. Esta ação, combinada à aplicação de carvão ativado na entrada de água na estação, deverá conter a situação.”
Solução do problema
A Cedae informou que a solução definitiva para esta questão, que engloba a licitação para a realização da obra de proteção da tomada de água da ETA Guandu, está prevista para ocorrer apenas no dia 1º de junho.
Sendo assim, a intervenção prevê a construção de um dique para impedir que as águas dos rios Ipiranga, Queimados e Poços se misturem às do Rio Guandu antes do ponto de captação de água.
A obra tem duração prevista de 24 meses, com investimento de aproximadamente R$ 132 milhões.
*Foto: Divulgação/Guilherme Leporace/O Globo