Com o planeta dando sinais de acúmulo de resíduos, cada vez mais pessoas se conscientizam sobre a importância de descartar corretamente qualquer tipo de lixo. E isso envolve os cigarros, que diariamente são jogados nas ruas, praias, entre outros lugares. As bitucas ao lado do lixo plástico são os campeões em acúmulo de lixo que chegam aos oceanos. Pensando nisso, um grupo de pessoas se mobilizou, surgindo assim o Movimento Sem Bitucas.
O que é o Movimento Sem Bitucas
O Movimento Sem Bitucas já acontece há mais de três e foi idealizado pela campineira Natalia Zafra Goettlicher. Durante este período, muitas ações educativas foram realizadas para conscientizar fumantes e não fumantes sobre os danos que as bitucas de cigarro podem causar ao meio ambiente, quando descartadas incorretamente.
Na ação deste ano que ocorreu no dia 21 julho, Natalia contou com a parceria do movimento internacional “No más colillas en el suelo”, idealizado por Miquel Garau Ginard. O projeto de Ginard segue a mesma proposta da brasileira: chamar a atenção da população para o lixo acumulado pela bitucas de cigarro.
Rede Mundo Sem Bitucas
A ação de 2019, no início, seria concentrada apenas na cidade de São Paulo. No entanto, com a existência da rede Mundo Sem Bitucas foi despertado um interesse em reunir parceiros de outras regiões do Brasil e de outros países. A iniciativa deu certo e 20 cidades participaram do evento simultaneamente no intuito de coletar o maior número de bitucas de cigarro de vias públicas.
Ao final do Movimento Sem Bitucas 2019, foi construído em cada local a “Montanha da Vergonha” (nome da campanha internacional). Das cidades, 17 são brasileiras e as outras três estão situadas na Espanha, Estados Unidos e Nova Zelândia.
Dados divulgados
No final de julho, o projeto Mundo Sem Bitucas anunciou a quantidade de cigarros coletados nas ações “Caça às Bitucas – Montanha da Vergonha”, em suas mídias sociais. Ao todos, foram recolhidas mais de 39 mil bitucas com apoio de 146 voluntários. Segundo eles, foram 817 minutos de atividade. O objetivo principal do encontro foi mostrar de fato o grande impacto negativo que estes resíduos podem causar ao meio ambiente em diferentes partes do mundo.
A ação de São Paulo aconteceu no Vão do Masp, na avenida Paulista e foi o local com maior quantidade de resíduos encontrados. Em apenas 60 minutos, foram recolhidas 10.462 bitucas com ajuda de 25 pessoas. Apesar do número alto, não foi possível coletar todas e, infelizmente, permaneceram no chão. Em segundo lugar ficou a cidade de Cuiabá com 5.322 bitucas foram recolhidas por 10 voluntários, na região central. Em terceira posição aparece o Rio de Janeiro com 5.215 resíduos coletados na área das praias do Recreio com o auxílio de 25 pessoas.
Para a surpresa dos voluntários da cidade de Auckland, na Nova Zelândia, foi o lugar em que menos houve coleta. Eles encontraram apenas uma bituca de cigarro em um raio de 1,1 km.
Montanha da Vergonha
Após a coleta e contagem nas 20 cidades, todos os voluntários construíram a “Montanha da Vergonha” com as bitucas de cigarro.
O recrutamento da ação global foi feita em menos de uma semana e não necessitou de uma grande verba de dinheiro. E mesmo sem o auxílio de patrocinadores foi possível movimentar muitas pessoas preocupadas com o meio ambiente em diferentes regiões brasileiras, países, classes sociais, profissões, idades e gênero. Portanto, a organização do evento afirma que a ação foi um sucesso.
Fica a lição de que é possível reunir por meio da internet pessoas dispostas a fazerem algo pelo local onde vivem. Com isso, mais ações de educação ambiental podem ser realizadas e de modo colaborativo. Sendo assim, um mundo melhor pode ser construído com a ajuda de todos.
Fonte: site Ciclo Vivo
*Foto: Divulgação