Aplicativos desse setor chamam a atenção de startups e também de governos, como questão de segurança pública
Em decorrência do aumento de índice de criminalidade e violência no país, o ramo de tecnologia da segurança cresceu. A procura por inovação nesta área foi detectada mesmo em período de crise econômica.
O faturamento de 2018 para o setor foi de R$ 6 bilhões, com aumento percentual de 8%. Os dados são da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança). E para este ano, a expectativa é um crescimento de 10%.
A grande procura por dispositivos de segurança tanto para o meio privado como para o público tem feito companhias e startups da área inovarem seus sistemas. As tecnologias vão desde o reconhecimento facial, passando por aplicativos que solicitem prestação de socorro até a ampliação de segurança em condomínios.
Segundo a presidente da Abese, Selma Migliori, mais de 90 companhias do setor devem lançar algum produto novo em 2019.
SEGURANÇA PÚBLICA
Selma enxerga um crescimento e interesse por parte dos governos, principalmente após as eleições de 2018. Pois um dos temas que fizeram parte do atual governo se tratava justamente de segurança pública.
A prefeitura de São Paulo já está em fase de testes dessas tecnologias, no caso de drones. A intenção é reduzir custos. Pois com o uso desse dispositivo, pode ser dispensada a utilização de helicópteros pela Guarda Civil Metropolitana em muitos casos. No ano passado, a prefeitura adquiriu sete drones por meio de apreensões da Receita Federal ou por doações.
Os equipamentos possuem câmeras e foram testados em tarefas, como monitoramento de multidões e para proteção de região de mananciais.
Segundo o coronel Rogério Vieira Peixoto, coordenador de tecnologia, logística e infraestrutura da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, um edital deve ser lançado para a secretaria adquirir mais de 40 drones. Os dispositivos serão entregues à equipes da Guarda Civil Metropolitana, que será treinada para a utilização dos mesmos.
RECONHECIMENTO FACIAL
Além disso, o drone também serve para reconhecimento facial de desaparecidos ou foragidos. O aparelho permite isso graças a uma câmera de alta precisão e dotada por um sistema de inteligência artificial.
Uma ideia similar foi praticada durante o carnaval desse ano, no Rio de Janeiro. Em parceria com a empresa de telefonia Oi foram espalhadas 34 câmeras pelo bairro de Copacabana. O projeto-piloto foi capaz de identificar por meio de sistema de inteligência artificial 10 foragidos. Este feito só foi possível também porque pelo uso de um cadastro que continha nomes de desaparecidos e pessoas com mandado de prisão a cumprir.
De acordo com o coordenador de comunicação social da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mauro Fliess, essa tecnologia praticada em grande alcance pode contribuir de alguma forma para redução da criminalidade. Ele ressalta que mais testes serão realizados em diferentes ocasiões antes do estado optar pela compra dos equipamentos.
SEGURANÇA PRIVADA
A mesma tecnologia já é adotada pelo setor privado. A empresa paulistana Haganá oferece serviço de reconhecimento facial para recepção e vigilância de edifícios. O dispositivo implantado ano passado permite acionar catracas para liberação de visitantes em prédios. Todavia, a companhia também disponibiliza o serviço de uma assistente virtual que entra em contato com o visitante via Whatsapp e solicita que ele tire uma “selfie”. Esta foto será verificada e autenticada por esta assistente, relata o presidente da Haganá, Chen Gilad. Com isso, a qualidade do sistema reforça o índice de segurança, além da redução da contratação de pessoal.
STAURTUPS VOLTADAS À SEGURANÇA PESSOAL
As startups têm desenvolvido sistemas para este nicho de mercado. Prova disso é a companhia Anjo 55 que oferece a seus clientes um serviço de vigilância. Por meio de vigilantes contratados, a pessoa poderá ser escoltada em suas atividades a partir de R$ 2,75 o minuto. O diferencial da empresa é ter parcerias com companhias de vigilância já estabelecidas e reconhecidas no mercado. Pois é necessário que os profissionais sejam capacitados e devidamente treinados.
Outra empresa que é especializada em segurança pessoal é a Family 24h. O propósito dessa startup é permitir que o cliente informe qualquer tipo de ocorrência de forma rápida e sem alarde. Isso é feito por meio de um botão de pânico que pode ser instalado no bolso da calça. O funcionamento do equipamento se dá pelo uso de sinais de smartphones que estão próximos do cliente. Ele enviará um alerta e a localização à parentes ou amigos pré-cadastrados pelo cliente. Porém, essas pessoas também precisam ter o aplicativo da startup baixado em seu celular. O custo da contratação é de R$ 99 para o botão de pânico mais mensalidades de R$ 6,99, que garantem total acesso às ferramentas do Family 24h.
Já para o ramo de condomínios, a empresa Noxnox oferece uma tecnologia de comunicação entre porteiros e moradores. O sistema é ativado por meio de aplicativo, que substitui o uso de interfones. Com isso, o condômino consegue visualizar pela tela do app quem deseja entrar em sua casa. A instalação do aparelho nos condomínios é gratuita e cada apartamento tem direito a utilizar o app em um único celular. Quem quiser o serviço em mais de um aparelho deve pagar R$ 33 por cada conta adicional.
*Foto: Divulgação