Mercado solidário dá comida de graça a quem precisa no RJ

Mercado solidário da Parada São Jorge

Mercado solidário é uma iniciativa da Parada São Jorge, região pobre no interior de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio

Muitas famílias ficaram sem ter o que comer desde o começo da pandemia de Covid-19, em 2020. Pensando nisso, mulheres se uniram na comunidade da Parada São Jorge, região pobre no interior de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio para ofertar comida de graça a quem precisa. Nasceu assim um mercado solidário que agora está prestes a se tornar uma organização não governamental (ONG).

Mercado solidário da Parada São Jorge

A iniciativa do mercado solidário contou com a ajuda da publicitária Letícia da Hora, moradora da comunidade. Ela decidiu abrir este projeto de impacto social com a finalidade de arrecadar e doar cestas básicas.

No começo, tudo era feito de modo prosaico. Mas quase dois anos depois, ainda segue sendo sustentada por pessoas físicas, e sem nenhum auxílio público ou de entidades privadas. Portanto, são cidadãos desconhecidos que se mobilizam para ajudar outros a terem o que comer.

Como funciona o mercado solidário

O mercado solidário criado por Letícia e tocado pelas Mulheres da Parada, nome dado ao grupo, tem como alvo um problema urgente: a fome.

De acordo com Letícia:

“Logo na primeira onda da covid-19, tinha muita gente sem conseguir trabalhar. Aqui tem muita gente que é trabalhador informal – diaristas, camelôs -, que ficou sem conseguir trabalhar e ficou sem seu sustento. E a maioria trabalha hoje para comer amanhã.”

Inicialmente, ao projeto fazia apenas a distribuição de cestas básicas. Entretanto, depois ficou claro que a maior parte das pessoas buscava produtos bem específicos. Isso inclui: arroz, feição e macarrão. Sendo assim, as Mulheres da Parada tiveram a ideia de criar um mercadinho onde cada um fosse buscar o que precisava de fato, e sem precisar pagar nada por isso.

Cadastro

Atualmente, são 150 famílias cadastradas na Parada São Jorge. Isso dá em média 550 pessoas que recebem a ajuda. Os alimentos são doados por colaboradores.

Além disso, a maioria das vezes a doação é feita por meio de uma transferência de PIX. E as próprias mulheres tratam de comprar os produtos com algum fornecedor. Mas o desafio cresceu mais ainda nos últimos tempos, revela a publicitária.

“Desde outubro (do ano passado) diminuiu o número de doações, e o preço dos alimentos aumentou muito, muito mesmo. Antes, com o valor da doação, a gente conseguia fazer ‘2 X’, e hoje conseguimos ‘meio X’. E o número de pessoas precisando só aumenta, porque a crise está aí, com aumento do desemprego.”

Escolhas

Por outro lado, Letícia afirma que com menos dinheiro, o grupo acaba fazendo escolhas sobre quem ajudar e esta é a parte mais difícil. No começo, as famílias com cinco ou mais pessoas recebiam até 30 itens todos os meses. Mas agora este número caiu pela metade.

Com isso, a preferência hoje é para quem for mãe solo e/ou que sofre de alguma violência doméstica.

“Existem várias formas de você ser violentada, tem a agressão física, a moral e a patrimonial. E a gente percebeu que aqui, na comunidade, uma das formas que os homens têm para agredir essa mulher é na violência patrimonial. Às vezes eles têm dinheiro para comprar comida, mas eles não compram, para fazer essa mulher ficar ainda mais dependente dele.”

ONG

Com os grandes desafios diários, o coletivo das Mulheres da Parada vão ampliar sua atuação. Agora, o grupo está em processo para se transformar em uma ONG, o que facilitaria o recebimento de doações.

Além disso, uma horta comunitária já foi criada pelo projeto social. Também são oferecidos cursos para ensinar outras mulheres a plantar e a produzir o próprio alimento.

*Foto: Divulgação

Manchas de óleo em praias cearenses: Universidades investigam

Manchas de óleo em praias cearenses

Manchas de óleo em praias cearenses fez com que a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) tome uma série de medidas para mitigar a situação

Após o surgimento de manchas de óleo em praias cearenses nos últimos dias, em vários pontos, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) anunciou uma série de medidas para mitigar a situação impacta uma sustentabilidade no local.

Manchas de óleo em praias cearenses

Na última sexta-feira (28), segundo o órgão, professores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE) farão uma inspeção técnica para saber se as manchas são da mesma origem das surgidas em 2019, no litoral da Região Nordeste.

Além disso, outra medida anunciada é que, por intermédio da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a Companhia de Cimento Apodi vai receber o óleo e a areia que serão retirados em limpeza das praias.

Em nota, Secretaria afirma:

“Estamos articulando uma reunião virtual para segunda-feira (31), às 14h30, com todas as instituições envolvidas no combate às manchas: municípios, Marinha do Brasil, ONGS, universidades, pescadores, polícia ambiental, dentre outras, para planejar ações articuladas.”

A Sema ressaltou ainda que permanecerá atenta, de modo a “antecipar qualquer ação necessária para, na medida do possível, buscar um controle das ocorrências de manchas, o mapeamento e entendimento dessas fontes poluidoras”.

Histórico

As manchas de óleo começaram a aparecer no dia 25 de janeiro, na praia de Canoa Quebrada, em Aracati, no Ceará. Além disso, elas também foram encontradas em outras 11 praias do litoral cearense, nas últimas 72 horas.

Registros

Há também registros nas praias de Quixaba, Cumbe e Majorlândia, em Aracati; Prainha, Iguape e Porto das Dunas, em Aquiraz; Canto da Barra, em Fortim; e Prainha do Canto Verde, em Beberibe.

Por fim, os vestígios de óleo também foram encontrados na Praia do Futuro, nas praias da Sabiaguaba e Abreulândia.

*Foto: Divulgação/Sema